Login Registrar

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *

Criar uma conta

Todos os campos marcados com asterisco (*) são obrigatórios.
Nome *
Nome de usuário *
Senha *
Verificar senha *
Email *
Verifar email *
Captcha *

Font Size

Profile

Cpanel

A Reencarnação Sob a Ótica do Livro de Urântia

Para compreender o conceito de reencarnação pela ótica do Livro de Urantia, antes se faz necessário verificar o que se entende exatamente por reencarnar. Como no Brasil o espiritismo é a doutrina “reencarnacionista” mais popular, normalmente associamos esta idéia com a visão espírita que o mesmo indivíduo pode evoluir através de um ciclo indeterminado de renascimentos na carne.

Mas para algumas correntes budistas a visão é mais plausível pois estabelece que o que reencarna não é uma personalidade nem uma pessoa propriamente identificada, mas um “fluido vital” que pode animar várias pessoas diferentes. Tal fenômeno, a rigor, não pode ser chamado de reencarnação pois não é a personalidade (a mesma pessoa) que reencarna. Analisemos com atenção o texto do budista Luís Dantas, que procura diferenciar estas visões aparentemente parecidas:

“Existe popularmente uma concepção equivocada de que a doutrina budista defende a existência da reencarnação. A história da origem desse equívoco é complexa, interessante e insuficientemente documentada, mas antes de tentar reconstituí-la, pretendo demonstrar que o que se costuma chamar de reencarnação é de fato impossível de acontecer segundo o ensinamento budista.

Entre os ensinamentos mais básicos do budismo, estão os da IMPERMANÊNCIA, o da INTERDEPENDÊNCIA (ligada à origem condicionada dos fenômenos), e o do "Não-Eu" (Anatta em Pali, Anatman em Sânscrito ). Ou seja, segundo o budismo a existência de indivíduos independentes é uma ilusão temporária.

Existe no budismo a importante idéia de RENASCIMENTO ou EMANAÇÃO, que infelizmente tem sido vista com excessiva freqüência como sendo equivalente à de reencarnação. No entanto, a reencarnação ocorreria sempre com a rigorosa transferência de méritos de um indivíduo específico para outro único indivíduo exclusivamente. Esses dois indivíduos vivem em épocas diferentes e podem de fato estar muito separados tanto pelo tempo quanto pelo espaço.

No entanto, supõe-se que de alguma maneira ambos sejam a mesma pessoa, e tenham muito mais afinidades um com o outro do que qualquer um dos dois com os conhecidos, amigos e familiares com que convivem em suas respectivas culturas. Pode haver diferenças de língua, nível de instrução, metas de vida e experiências de vida, mas ainda assim em algum sentido são "a mesma" pessoa. Partilham dramas, esperanças e eventos cotidianos e extraordinários com seus conterrâneos e contemporâneos, mas ainda assim entende-se que cada um tem "seu próprio" conjunto de méritos. As culturas de duas supostas vidas de um indivíduo reencarnado podem ser completamente alienígenas uma em relação à outra, mas ainda assim é "o mesmo" indivíduo. Essa crença não pode ser considerada budista.

Pois esses reencarnados teriam forçosamente uma essência pessoal permanente, um ATMAN (conceito hinduísta especificamente refutado pelo Buda) capaz de transcender tanto a INTERDEPENDÊNCIA quanto a IMPERMANÊNCIA que moldam sempre nossas vidas e nossas personalidades.

Não creio que esse fenômeno possa ocorrer, exceto em fantasia. Acho evidente que não é um acontecimento muito freqüente em nossos ciclos de mortes e nascimentos. E penso ter demonstrado claramente que, certa ou errada, a idéia de reencarnação contradiz triplamente o ensinamento budista.”

Contudo o Livro de Urantia (LU) ensina que podemos ter a esperança de tornar eterna a nossa personalidade atual, esse conjunto de características singulares que nos torna únicos, que nos torna diferentes de qualquer outra pessoa.

Pelo LU, o que o autor chama de “Anatta” seria o Ajustador pré-pessoal (nosso espírito interior ou Eu-superior), porém o “Anatta” poderia virar “ATMAN “ quando o espírito se fundisse com o nosso eu-temporário, a nossa personalidade. Para entender como isso acontece , precisamos compreender as bases sobre as quais a realidade se assenta, ou seja, qual a base da realidade cósmica?

O LU diz que a realidade é composta basicamente de quatro elementos universais, que são: o espírito, a mente, a matéria e a personalidade. Este último é o conceito mais abstrato e importante, que rege todos os outros e é explicado de forma diferente da usual nos Escritos de Urantia.

Dessas realidades básicas que constituem os tijolos de tudo que existe, todas são quantitativas e qualitativas, com exceção da personalidade, que não pode ser mensurada, pois é apenas qualitativa.

Bill Sadler procura comparar a personalidade com uma cor, ou algo que pode envolver as outras três realidades. De modo semelhante às cores, as personalidades podem ser “derramadas” sobre um sistema material, mental ou espiritual, conferindo personalidade (volição e autoconsciência) ao sistema.

A personalidade só existe quando associada a um desses sistemas de energia, da mesma forma que uma cor só é funcional quando está associada a um objeto. A personalidade em Urantia é do tipo material e finita.

Vamos ver um pouco mais de personalidade, segundo o LU:

“As personalidades podem ser semelhantes, mas nunca são iguais. Pessoas de dada série, tipo, ordem ou arquétipo podem parecer-se umas com as outras, e de fato se parecem, mas nunca são idênticas. A personalidade é aquele aspecto que nós conhecemos de um indivíduo, e que nos capacita a identificar esse ser, em qualquer tempo futuro, a despeito da natureza e da extensão das mudanças na sua forma, na sua mente, ou no seu status espiritual. A personalidade é aquela parte de qualquer indivíduo que nos capacita a reconhecer e a identificar, com segurança, aquela pessoa, como sendo a que era por nós conhecida anteriormente, não importa quanto ela tenha mudado, por causa das modificações do veículo de expressão e da manifestação da sua personalidade.” [p194,4](16:8,4)

Logo, se mudasse a personalidade, mudaria também a pessoa. Já não seria mais a mesma pessoa. Portanto, quando o espiritismo diz que assumimos muitas personalidades diferentes ao longo de varias encarnações, tal afirmação seria um paradoxo lógico segundo o LU, pois estamos intrinsecamente ligados a apenas uma personalidade, que é sempre invariável. De fato, nós somos essa personalidade.

Se uma pessoa pudesse reencarnar, ela deveria ser reconhecida imediatamente pelos antigos companheiros e teria a mesma personalidade antiga. Claro, o veículo de expressão seria diferente, e a personalidade poderia ter melhorado na sua expressão qualitativa, mas como a personalidade é única e invariável (pois se mudasse perderia a função) tal pessoa seria reconhecida mais cedo ou mais tarde de forma inequívoca.

Mas a personalidade é um dos elementos mais misteriosos do universo:

“Embora dificilmente possamos conseguir definir personalidade, podemos tentar descrever a nossa compreensão dos fatores conhecidos que irão constituir o conjunto das energias materiais, mentais e espirituais, cuja interassociação constitui o mecanismo pelo qual, no qual e através do qual, o Pai Universal leva a sua outorga da personalidade a funcionar.

A personalidade é um dom único, de natureza original, cuja existência antecede a outorga do Ajustador do Pensamento e independe desta. No entanto, a presença do Ajustador, sem dúvida, aumenta a manifestação qualitativa da personalidade. Os Ajustadores do Pensamento são idênticos em natureza quando advêm do Pai; mas a personalidade é diversa, original e exclusiva. E, além disso, a manifestação da personalidade é condicionada e qualificada pela natureza e pelas qualidades das energias de natureza material, mental e espiritual, associadas a ela, que constituem o veículo do organismo para a manifestação da personalidade.e espiritual com as quais se combina e que constituem o veículo orgânico para a manifestação da personalidade. [p194,2](16:8,2)

Portanto o espírito que nos habita possui IDENTIDADE, uma espécie de número pelo qual é identificado, mas não possui personalidade. Este espírito busca obter a personalidade através da fusão final com o homem mortal, que por sua vez alcança a imortalidade quando se funde com o espírito divino e perfeito interior, porém pré-pessoal.

O ser humano não é espírito; ele é habitado por um espírito. O espírito é pré-pessoal e tenta espiritualizar, eternalizar nossos pensamentos, de forma a facilitar a futura fusão do homem material, imperfeito e pessoal com este mesmo espírito.Tal fusão é irreversível e sinaliza que o homem fez uma escolha suprema e imutável de fazer a Vontade de Deus – aceitar a filiação, o plano de ascensão ao Paraíso e se esforçar para ser perfeito como Deus - amar e servir. Mas esta escolha é totalmente opcional. Caso falhe, o espírito pode vir a habitar outra pessoa.

A palavra reencarnação, portanto, não é apropriada para descrever o fenômeno pelo qual o espírito pré- pessoal busca alternadamente adquirir a personalidade de um mortal que deseja, de todo coração, conhecer Deus e fazer sua vontade.

Quando um mortal desertor, que por algum motivo rejeita a vida eterna, este espírito tentará novamente habitar outra pessoa que queira, esteja disposta, a aceitar o plano de sobrevivência eterna. Mesmo assim o espírito raramente habita duas pessoas do mesmo planeta.

Mas o que aceitam a filiação divina e a eterna aventura são ressuscitados no mundos moronciais (intermediários) e conseqüentemente acabam se fusionando com o Monitor Divino e assegurando a imortalidade. Desta forma nasce um “ Filho do Homem” e um “ Filho de Deus”, um novo cidadão no universo, uma alma única por toda eternidade. Pelo LU, o homem realmente morre apenas uma vez.

O plano reencarnatório seria improdutivo ao ponto que até mesmo o sublime momento em que o homem "descobre" Deus pela primeira vez, seria repetido varias vezes em outras vidas. No plano da ressurreição e posterior ascensão ao centro de todas as coisas, um momento como esse é único. Depois que o ser humano descobre Deus, ele não precisa mais esquecer desta experiência nem repeti-la.

Portanto, esta é a visão do Livro Urantia sobre a reencarnação. Mas não é preciso aceitá-la de imediato como se fosse uma imposição para ler o Livro. De maneira gradual esta crença é abandonada quando se modifica nossa compreensão acerca da missão de Jesus segundo o LU, e pela contínua revelação de nossa carreira espiritual.

 


Assine Nossa Newsletter

Mantenha-se atualizado no acontece por aqui, assinando a nossa newsletter. Digite seu email aqui:

Ou conecte-se através das redes sociais:

   

ELUB Twitter